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Anualmente fazemos nossos exames médicos de rotina. Quando aparece alguma alteração (colesterol alto, baixa Vitamina D, hérnia de disco, um princípio de gastrite), pronto, mudamos nossos hábitos, nossa alimentação etc. Tomamos todos os remédios prescritos, pontualmente, sem falhar. Afinal, somos pacientes disciplinados, organizados, otimistas e obedientes, certo? Errado.

Fomos criados numa cultura na qual se trata a doença. Medicamentos; suplementos; cápsulas mágicas; cirurgias; procedimentos considerados “a última tendência”. Colocamos toda a nossa fé em super vitaminas ou em super equipamentos que aparecem naqueles filmes futuristas ou em algum episódio do Black Mirror. E queremos (quase exigimos!) que o resultado seja a curto prazo, porque temos aquelas férias marcadas e “precisa estar tudo em ordem” até lá. Terceirizamos nossa saúde. Tratamos nosso corpo como um carro que deixamos na concessionária ou como um eletroeletrônico que levamos para a assistência técnica.

Mas, nesse processo, abandonamos um conceito essencial chamado salutogênese – focar na geração e na manutenção de um bom padrão de saúde; priorizar a saúde antes da doença. E como fazer isso? Nesse mundo de quase ficção científica, da instantaneidade e dos métodos artificiais, esquecemos que já sabemos a resposta.

Hábitos diários saudáveis. Atividades físicas; sono regular; relações interpessoais positivas; meditação; cuidado com a saúde mental; contato com a natureza; equilíbrio entre vida profissional e pessoal; espiritualidade. E, claro, alimentação. Diz um provérbio ayurvédico – Se a alimentação é ruim, a medicina não funciona. Se a alimentação é boa, a medicina não é necessária.

Os itens acima são incansavelmente divulgados e explorados quase todos os dias nas mídias sociais, na imprensa, na conversa na hora do almoço, na academia, no parque etc. Todas as linhas da medicina, das mais antigas às mais modernas, defendem e enfatizam a importância de uma rotina saudável para o equilíbrio metabólico e energético do indivíduo. Evidências empíricas nos mostram que a genética é responsável por 50% do que nos acontece, 10% depende de nossas boas condições de vida e 40% depende de nossos hábitos diários (fonte: podcast Márcia de Luca). Ou seja, temos a possibilidade de escolher qual caminho seguir. Às vezes precisamos apenas de uma ajuda inicial para incluir essas atividades na nossa vida, de acordo com nosso perfil, nossos gostos, nossas preferências.

As práticas integrativas fazem parte dessa jornada na qual o foco do indivíduo é a busca pela saúde, pelo não-adoecer. Ayurveda, Acupuntura, Yoga, Ortomolecular, Nutrição Funcional; Medicina Funcional. Há muitas opções que são adotadas e recomendadas de acordo com as características de cada paciente. Profissionais de diversas frentes trabalham de forma integrada para proporcionar ao indivíduo um estilo de vida prazeroso, agradável, equilibrado, gerando um ciclo virtuoso de saúde.

Ao inserir as práticas integrativas como pilares do nosso autocuidado e da longevidade, nós nos tornamos os protagonistas da nossa saúde. As práticas integrativas também requerem disciplina, organização, autocuidado, emoções e pensamentos positivos. A diferença está no foco: geração e manutenção da saúde (e não no tratamento de doenças que aparecem conforme envelhecemos ou nos abandonamos e que talvez pudessem ter sido evitadas).

Mas por onde começar? O primeiro ingrediente para essa receita dar certo é cultivar e nutrir o amor por nós mesmos. Precisamos optar por nos relacionarmos com nós mesmos de maneira amável, saudável, gentil e bondosa. Sem culpa. Somos merecedores de cuidado, carinho, atenção e amor. Quando começamos a proporcionar a nós mesmos momentos de autocuidado e atenção, a sensação de bem-estar aumenta; e o equilíbrio e a harmonia mente-corpo-emoções acontecem naturalmente. Sentir-se bem pode ser algo muito normal, mas também é renovador, poderoso e maravilhoso. E é fundamental para o ciclo virtuoso da nossa saúde.

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